correiosAgência dos Correios em Caçapava, a única da cidade, já vive completamente lotada o dia inteiro, como será com a porta giratória?

Decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho determina que o Correios tem até janeiro de 2018 para implantar sistema de porta-giratórias nas unidades da RMVale, decisão que coincide com a divulgação, pelo Sintect-VP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos do Vale do Paraíba e Litoral Norte), que neste ano já foi registrado o dobro de roubos em relação ao ano anterior. Só nos últimos 15 dias, três agências da RMVale foram roubadas.

Segundo o sindicato, o processo jurídico foi apresentado em 2015, quando já havia sido registrado o aumento de crimes nas unidades que possuem atividades bancárias e o Correios não apresentava soluções de segurança.

“A gente vem acompanhando há alguns anos que o número de assaltos vem aumentando. Conversamos com a empresa para discutir essa situação, mas eles dizem que não tem como gastar dinheiro ‘com isso’, e que não é prioridade dar segurança as agências que tem banco postal”, afirma o vice-presidente, Marcilio Medeiros.

A decisão judicial diz que a empresa tem trinta dias, desde o dia da decisão, para abrir o processo de licitação de implantação do sistema de segurança. Caso o Correios não cumpra as datas determinadas, podem ser multados em R$ 1 mil ao dia.

Nos dois anos de processo, as agências foram alvos de assaltos dezenas de vezes. O sindicato divulgou que o número de roubos entre janeiro e setembro deste ano já é o dobro em relação a 2016 inteiro.

“Ano passado (2016) foram 11 assaltos nas agências do Correios aqui na RMVale. E nesse ano já são 23 assaltos, já contando com o caso de Jambeiro na última quarta-feira (13). Mais que dobro e o ano ainda não acabou”, diz Medeiros.

O sindicato ainda diz que os casos estão se tornando cada vez mais agressivos e trazendo problemas de saúde para os funcionários, desfalcando as equipes.

“O pessoal de Jambeiro e de Jacareí que foi assaltado, devem passar por psicólogo e permanecer cerca de uma semana afastado, de acordo com o quadro clínico. Mas temos relatos de funcionários que voltam ao trabalho muito assustados, suspeitando de qualquer cliente e tendo até que se afastar por mais tempo”, comenta o vice-presidente.

Entre os casos relatados, existe funcionários que permaneceram muito tempo em casa e até mudaram de cargo após passarem pela situação constrangedora do assalto. “Temos um funcionário de Lagoinha que pediu exoneração de um cargo de chefia após ter sido agredido durante um assalto. Ele permaneceu afastado durante três meses e quando retornou, voltou para o cargo de atendente, porque foi um trauma bem grande”.