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Família Dinossauros completa 25 anos!!!

dinoHá 25 anos, estreava na TV norte-americana “Família Dinossauros”, um dos ícones da década de 1990. Protagonizada por “dinossauros” e ambientada há mais de 60 milhões de anos na Pangeia, único e enorme continente da Terra, a produção foi lançada em 1991 e chegou ao Brasil no ano seguinte, com grande audiência. Os dubladores viraram estrelas e ainda são lembrados pela série.

Seguindo a linha de “Os Flintstones” e “Os Simpsons”, “Família Dinossauros” criticava, em tom de humor, a família tradicional e o ser humano.

Embora fosse uma comédia, também abordava temas como destruição da natureza e machismo e explorou o drama com a extinção dos dinossauros no último episódio. A série parodiou emissoras como CNN e MTV e até o filme “O Exorcista”.

Produzida pela Disney ao custo de US$ 1,5 milhão por episódio, a série foi exibida pela rede norte-americana ABC e no Brasil pela Globo. O sucesso foi instantâneo. Estreou dentro do infantil “Xou da Xuxa”, foi ao ar também aos domingos e chegou a 24 pontos no Ibope.

Fãs ficaram revoltados e entupiram a caixa de correio da Globo quando a série saiu da programação. A emissora teve de esperar a nova leva de episódios estrear nos Estados Unidos. No total, foram quatro temporadas e 65 capítulos. Após passagens por SBT e Band, “Família Dinossauros” segue na TV brasileira no canal pago Viva.

No Brasil, a série ganhou um toque especial. A dublagem, realizada pelo extinto estúdio Herbert Richers, no Rio de Janeiro, foi criativa e trocou o sobrenome norte-americano da família Sinclair por Silva Sauro, que virou mania e até “batizou” candidatos nas eleições de 1992. Nos Estados Unidos, Dino se chama Earl. “Família Dinossauros” é outra invenção brasileira, já que o nome original é apenas “Dinosaurs”.

Quem viu de perto o sucesso de “Família Dinossauros” foram os dubladores, até então desconhecidos do grande público. Ator do “Zorra”, da Globo, José Santa Cruz conheceu fãs que o admiravam pela voz de Dino, patriarca da família: “Descobri que muita gente gosta de dublagem. Falo com os motoristas, eles me reconhecem pela voz e muitas vezes lembram o Dino”.

A voz do Baby, masculina em inglês, foi feita por uma mulher no Brasil. Marisa Leal experimentou o estrelato no auge da série no Brasil. “Nessa época, eu ia para São Paulo três vezes por semana para gravar programas e comerciais. Era bastante requisitada. Acabei virando uma celebridade, pessoas ficavam na porta do estúdio para pedir autógrafos”, relembra.

babyDubladora de atrizes como Cate Blanchett e personagens como Ariel, de “A Pequena Sereia”, Marisa Leal fez exercícios para dublar “Família Dinossauros”. Ela conta que se inspirou na própria cara do bebê para criar a voz mais marcante da série. “Baby era um demônio, não é? Era uma peste. Vi nele a oportunidade de botar meu sadismo em dia”, brinca.

Bordão de Dino na abertura, “Querida, cheguei” foi inventado em cima da hora para traduzir “Honey, I’m home”. “Eu ouvi em inglês na hora e fiz o que achei que deveria. O trabalho que a gente faz com amor, entusiasmo, vibrando mesmo, repercute. Fazia o Dino com todo amor, me doando ao máximo”, recorda José Santa Cruz.

Os dubladores comemoram a reprise no Viva e valorizam a qualidade de “Família Dinossauros”. Para Santa Cruz, “Dino foi marcante demais. Ficava muito entusiasmado porque as histórias eram maravilhosas, bem escritas, com fundo moral. Era bom dublar porque as histórias eram boas”.

“Assisto como se não fosse eu que tivesse feito, consigo ver e me divertir. Nem considero ‘Família Dinossauro’ para criança, vejo mais adultos se divertindo. O roteiro era muito bom, pena que acabou” afirma Marisa Leal.