CAÇAPAVA e região

Suspensa a extração de areia em Caçapava !!!

extração de areia em cpvSegundo ação do MP, as empresas estão causando dando ambiental em área de preservação permanente em Caçapava

Após ações movidas pelo Ministério Público, a Justiça determinou a suspensão das atividades de cinco empresas extratoras de areia que operavam em Caçapava.

De acordo com o Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) – Núcleo Paraíba do Sul, os processos foram movidos em razão dos danos ambientais resultantes da atividade mineradora em áreas de preservação permanente.

As empresas atingidas pelas decisões da Justiça são a Extratora de Areia Andorinha, Extratora de Areia Jaguari, Porto de Areia Sul, N.F. Extratora de Areia e a Extração de Areia Pejo. Segundo o MP, essas empresas vêm causando dano ambiental em área de preservação permanente do rio Paraíba do Sul, provocando a destruição, impedindo e dificultando a regeneração da mata, além do afloramento do lençol freático.

O Gaema alegou que as empresas atuavam sem licença de operação da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), e que já haviam sido autuadas pelo órgão devido à irregularidade.

Como exemplo, o MP citou que a Extratora de Areia Andorinha chegou a firmar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em que se comprometeu a fazer a reparação dos danos causados no trecho em que operava anteriormente, mas que voltou a ser flagrada pela Companhia ao fazer extração de areia sem as devidas licenças ambientais em um novo local: uma área de 77,5 mil metros quadrados, em área de preservação permanente.

Em caso de descumprimento das liminares, as empresas terão que pagar multar diária de R$ 100 mil.

Nas ações, o MP pede que as cinco extratoras sejam condenadas a reparar integralmente os danos ambientais que causaram. Os danos irreparáveis devem ser compensados com o plantio de espécies nativas do Bioma Mata Atlântica em área dez vezes superior à equivalente ao prejuízo à natureza.

Para o ambientalista Jeferson Rocha de Oliveira, presidente do Instituto Eco-Solidário e conselheiro do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), a decisão judicial deve ser comemorada, assim como o fato do Gaema ter ajuizado as ações contra as empresas extratoras de areia.

“Todo esse crescimento por que passa o país aumenta muito a demanda por areia, e com isso as tem se exaurido as jazidas estão se exaurindo. O correto seria a realização de um novo zoneamento, já que esse atual tem 14 anos. Embora algumas empresas respeitem esse atual zoneamento, existem outras que não. Essa decisão vem em ótimo momento, ajuda a separar o joio do trigo.”

Das 311 cavas para exploração de areia existentes em seis cidades da RMVale (Jacareí, São José dos Campos, Taubaté, Caçapava, Tremembé e Pindamonhangaba), só 22 não apresentam irregularidades quanto ao espaço oficialmente definido para a atividade

Todas as 289 cavas restantes (93% do total), extrapolaram a área delimitada pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), subordinado ao Ministério de Minas e Energia. A constatação faz parte de relatório do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), do Ministério Público

Para o Gaema, o levantamento revela a deficiência da fiscalização e compromete a expansão da área para exploração de areia na região, hoje permitida apenas entre Jacareí e Pinda — o Estado quer ampliar até Queluz

O governo estadual prepara um novo zoneamento minerário que definirá os locais permitidos para exploração de areia na região. A meta é atender a demanda da Região Metropolitana de São Paulo, que vai precisar ampliar em 10 milhões de toneladas por ano, até 2018, a quantidade de material agregado produzido, como areia e brita. As mineradoras da RMVale são os principais fornecedores da capital

Em nota, o Sindareia (Sindicato das Indústrias de Extração de Areia do Estado de São Paulo), que representa 50 empresas na RMVale, sendo 6 em Caçapava, informou desconhecer tanto as decisões quanto a denúncia do MP.

Na mesma nota, o sindicato alegou existirem divergências entre as metodologias usadas pelos diferentes órgãos que fiscalizam a atividade.

Segundo a Prefeitura de Caçapava, caso a denúncia seja formalizada ao município, serão abertos procedimentos administrativos que podem resultar em punições como advertência e até a retirada da licença municipal de operação das empresas. “A prefeitura tem a intenção de zelar pelo Meio Ambiente”, disse o chefe de gabinete Anthero Pereira Junior.